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By tecnicoemagropecuaria.blogspot.com

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23 de novembro de 2010

CTUR – Gabarito das provas/2011

Em atenção aos inúmeros e-mails recebidos, cabe-nos responder e esclarecer que a divulgação oficial do gabarito das provas do Concurso de Seleção/2011 do CTUR/RuralRJ é competência exclusiva da instituição.
Como ex-aluno e colaborador, postamos e divulgamos gabaritos e resultados em nosso blog após a divulgação oficial da instituição, o intuito é enriquecer este site e colaborar com os candidatos participantes. Conforme Edital, a divulgação dos resultados será a partir de 03 de janeiro de 2011. Serão divulgadas as notas das provas na sede do Colégio Técnico (CTUR) e na Internet.
Caso os candidatos desejar revisão das notas das provas, devem procurar a secretaria do Colégio, no dia 05 de janeiro de 2011 a partir das 08:00 às 11:30 horas e das 13:00 às 16:30 horas. O candidato interessado na revisão das notas deverá preencher um requerimento próprio, devidamente justificado, disponível na secretaria do Colégio. As notas finais poderão ser modificadas em decorrência da revisão. A relação de classificados no Concurso será divulgada, a partir das 10:00 horas, no dia 07 de janeiro de 2011.

 
O Edital - Disponivel em:
http://www.ctur.ufrrj.br/CONCURSO%202011/Documentos/EDITAL%20CTUR%202010-2011.pdf

20 de novembro de 2010

Caprino Saanen - Oportunidade


Para quem já está na atividade da caprinocultura (leite e corte) que desejam renovar o plantel ou que desejam iniciar a atividade, uma ótima oportunidade, principalmente para criadores do Rio de Janeiro. A Fazenda Terra Verde, localizada em Belvedere/RJ, disponibiliza belissimos animais da Raça Saanen e mestiços de Saanem x Parda Alpina, com excelentes preços. Alguns desses animais estão com chifres e dentre eles alguns reprodutores. Aproveitem é um ótimo negócio!

Para quem se interessar e desejar saber mais informações, deve enviar e-mail para:
fazendaterraverde@gmail.com

2 de outubro de 2010

Trotes e trote, os bichos receberão os “bixos”


Inicia nas instituições de ensino as inscrições para os concursos de seleção e posteriormente o ingresso de novos alunos para 2011. Apesar das proibições, iniciar-se também os trotes. Apesar das tradições estudantis, a cada ano letivo fica provado que o trote é um crime bárbaro e uma fraqueza de espírito para quem pratica ou apóia, muitas das vezes as conseqüências são catastróficas. Denominar o calouro de “bixo” (ou bixete, se for mulher), não parece querer indicar "que o calouro deve ser humilhado a ponto de nem mesmo merecer que a palavra “bicho” seja escrita corretamente" (Zuin, 2002, p. 44).
Pelos menos se esses que praticam, soubessem distinguir a palavra trote, talvez não o fizessem. Segundo Aurélio, o trote é “a andadura natural das cavalgaduras, entre o passo ordinário e o galope, e que se caracteriza pelas batidas regulamente espaçadas das patas”, (feito elegantemente pelos eqüídeos), ou também, “a zombaria a que os veteranos das escolas sujeitam os calouros”, este último, praticado pelos os fracos de espírito, com suas próprias patas e de forma deselegante na hora de receber os novos colegas.
Muitas instituições estudantis, já começaram a divulgar os seus calendários de inscrições para os concursos de seleção, portanto, também é chegada a hora, de se fazer campanhas de orientação para que a prática do trote não se realizem, deixando claro, que mesmo os que estão prestes a se formarem, não pratiquem, pois poderão se expulsos.
Há muito tempo a violência no universo estudantil tem sido um traço característico das relações escolares. Entretanto, seu foco era direcionado ora para a violência contra a escola e ou seus governantes (No Brasil, as manifestações da juventude estudantil provocaram uma série de mudanças culturais no seio da sociedade.), ora para os próprios pares (como nos trotes) e coisas banais (Como a revolução estudantil de maio de 68, quando o reitor da universidade de Nanterre proibiu os rapazes de visitar as moças em seus dormitórios).
A origem dos trotes estudantis é incerta; porém, existem registros de sua ocorrência na Idade Média. Um dos documentos mais antigos desse tipo data de 1342 e refere-se à Universidade de Paris. Nas instituições européias, era comum separar os novatos dos veteranos. Aos novos alunos era negada a possibilidade de assistir às aulas junto com os demais, no interior das salas: eles eram obrigados a se dirigir aos vestíbulos (pátios de acesso ao prédio) – daí o uso do termo vestibulando para identificar aqueles que estão prestes a entrar para a universidade ou colégios de aplicação.
Sob a alegação de profilaxia e necessidade de manter a higiene, os novatos tinham a cabeça raspada e, na maioria das vezes, suas roupas eram queimadas. Essa prática, no entanto, logo se converteu numa espécie de culto à humilhação. Com o tempo, os trotes ganharam ainda mais requintes de crueldades. Foram registrados, sobretudo, nas universidades de Heidelberg (Alemanha), Bolonha (Itália) e Paris (França), situações em que os calouros eram obrigados pelos veteranos a beber urina e a comer excrementos antes de serem declarados “domesticados”. Domesticados! Não seriam "eles os bichos?

23 de setembro de 2010

Segurança do trabalho nas áreas rurais (NRs) - Parte I

As máquinas


Para iniciar a nossa série de postagem sobre as NRs (Normas Regulamentadoras), queremos aqui esclarecer que os assuntos são resumos de nossas pesquisas e estudos. Logicamente será de forma simplificada e resumida, pois não temos especialização especifica. Na verdade, todos os conteúdos são partes de nossa preocupação com legislação e a complementação de nossos conhecimentos, que outrora nos faltou, ou simplesmente, não foram abordados nos conteúdos dados na época em que éramos aluno do CTUR/UFRRJ. Sabemos que tal matéria fazia parte da grade curricular, no entanto, podemos confessar aqui, que na disciplina Gestão e Legislação pouco foi assimilado sobre a matéria (falavam-se tudo, menos do que se interessava).
Na disciplina Mecanização Agrícola, na parte prática, tudo se aprendeu sobre o funcionamento das maquinas e seus implementos, emboramente a segurança do trabalho e suas normas regulamentadoras não tenham sido abordados, talvez, por serem disciplinas distintas e módulos curtos. .
Em nossas pesquisas, chegamos a conclusão que quando se estuda a relação homem-máquina na área rural, o trator ocupa uma posição de destaque. A frota brasileira de tratores não está projetada de acordo com as necessidades do trabalhador, mais sim, com as do trabalho. O tratorista tem que, ao mesmo tempo, controlar os implementos e manter o trator alinhado, enquanto é submetido, durante horas, ao sol, à chuva, ao frio, à poeira e fumaça do escapamento, além de um nível de ruído e vibrações desumanos (VITÓRIA, 2000).
Segundo Leonardo de Almeida Monteiro, o antigo conceito de tratorista, aquele operário que somente dirigia o trator, está totalmente ultrapassado. Alguns anos atrás essa filosofia foi substituída pelo operador de máquinas, atribuindo a esse profissional não somente a função de movimentar o trator, mas também fazê-lo de forma correta, consciente e segura. Embora haja pouca informação e raros trabalhos de pesquisa nesta área, não é difícil se verificar na prática a importância dos acidentes de trabalho envolvendo tratores agrícolas, o que pode ser comprovado pela elevada frequência e gravidade dos mesmos.
Não só os acidentes, mais também as doenças são fatores preocupantes quando se trata da segurança do trabalho (ruídos, movimentos repetitivos, limites físicos, etc.). Alguns autores citam o termo Ergonomia, que é a definição do estudo da adaptação do trabalho ao homem. Não vamos entrar no mérito, o assunto é complexo e antigo, devemos entender apenas os conceitos básicos: que a ergonomia é capaz de dar sustentação positiva às formas de administrar a produção e diminuir a incidência de acidentes e traumas oriundos do trabalho (COUTO,1996). O médico italiano Bernardino Ramazzini (1633-1714) foi o primeiro a escrever sobre doenças e lesões relacionadas ao trabalho, em sua publicação de 1700 "De Morbis Artificum" (Doenças ocupacionais). O que consta é que ele, na época, foi discriminado por seus colegas médicos por visitar os locais de trabalho de seus pacientes a fim de identificar as causas de seus problemas. Na Inglaterra em 1949, a Ergonomics Research Society (Sociedade de Pesquisa em Ergonomia) definiu Ergonomia, como o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução de problemas surgidos desse relacionamento. De acordo com Schlosser e Debiasi (2002), os conhecimentos sobre ergonomia provocaram novos conceitos, os quais levaram os fabricantes a oferecer modelos de tratores com maior conforto e segurança, no sentido de localização de comandos e instrumentos.
Quanto as NRs, não é oportuno a extensão do “lecionamento” apenas em nível superior, pois os que operam as “máquinas”, a maioria está na escala secundária de conhecimentos. É fato, de que alunos de escolas agrotécnicas, adquiram apenas alguns fundamentos básicos de inúmeras matérias, dentre elas, a mecanização agrícola. É fato também, que muitos completam apenas os módulos de seu interesse e não chegam a completar os cursos, ou simplesmente, depois de formados, irão trabalhar em empresas ou propriedades rurais, sem os conhecimentos básicos sobre a segurança do trabalho, muitos até, sem oportunidades, trabalham sem o devido registro profissional.

Isso é o que iremos abordar em nossas próximas postagens. Na barra lateral do blog (esquerda), tem uma enquete sobre o assunto e divulgaremos os resultados após a ultima postagem.

Para os leitores e seguidores do blog, iremos disponibilizar (em PDF) o livro PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM TRATORES AGRÍCOLAS E FLORESTAIS, organizado pelo Professor Leonardo de Almeida Monteiro da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal de Garça e outros de várias instituições de ensino superior.
Para receber, envie e-mail para tecnicoemagropecuaria_blog@hotmail.com .

No e-mail diga a sua escola onde estuda ou empresa que trabalha como técnico.

22 de setembro de 2010

Dia do Técnico Agropecuário, parabéns para todos


Em 1812, foi criado o primeiro Curso de Agricultura no Brasil (na Bahia). Inicialmente no jardim Botânico tendo o Professor Domingos Borges de Barros ministrado os estudos de botânica e agricultura no Curso de Filosofia.
Em 1877, cria-se a Primeira divisão de níveis educacionais, elementar (operários e regentes) superior (veterinários, agrônomos e engenheiros).
Em 1890, vem a Primeira grande reforma no ensino, promovida por Benjamin Constant.
Em 1909, o governo de Nilo Peçanha através do Decreto nº 7.566, de 23 de setembro de 1909 criou a rede nacional de formação de profissionais de nível técnico no Brasil.
Hoje, temos a Lei nº 11.940, de 2009, onde estabelece o dia 23 de setembro como Dia Nacional dos Profissionais de Nível Técnico e declara o ano de 2009, como Ano da Educação Profissional e Tecnológica no Brasil.

TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA - ÁREA DE ATUAÇÃO
-  Em institutos e empresas de pesquisa e desenvolvimento: Prestar assistência técnica no desenvolvimento de projetos tecnológicos agropecuários;
-  Em empresas que prestam assessoria e acompanhamento agropecuário: Desenvolve programas de nutrição e manejo alimentar em projetos zootécnicos;
- Em empresas e indústrias que atuam no complexo agroindustrial: Adquirir, preparar, transformar, conservar e armazenar matéria-prima e produtos agroindustriais;
- No desenvolvimento de empreendimentos agrícolas próprios: Cultivar sistemas e plantios abertos ou protegidos, produzir mudas (viveiros) e sementes;
- Planejamento de ações referentes aos tratos das culturas: Planejar e acompanhar a colheita e a pós-colheita, elaborar projetos topográficos e de impacto ambiental, prestar assistência técnica e atuar na administração rural.

COMPETÊNCIA TÉCNICA
O Profissional em Agropecuária deverá desenvolver e aplicar, com senso de julgamento e ética, as habilidades, informações e conhecimento das condições locais e regionais, o domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna, buscando uma exploração e gerenciamento dos recursos naturais de forma não impactante, com competências que venham a favorecer um permanente aprimoramento profissional e acompanhamento das mudanças freqüentes e desenvolvimento no cenário agrícola, com vistas à qualidade e a sustentabilidade econômica, ambiental e social.

MERCADO DE TRABALHO
O técnico em agropecuária exerce atividades tanto na Zootecnia quanto na agricultura. Por isso, trata-se de um profissional altamente versátil. Após a formação e devidamente registrado nos CREAs, o profissional está qualificado para atuar nas seguintes áreas: Olericultura, Culturas Anuais, Culturas Perenes, Avicultura, Cunicultura, Caprinocultura, Apicultura, Suinocultura e Bovinocultura

Parabenizamos todos os colegas Técnicos Agropecuários, que com seu trabalho contribuem para a saúde da população e para o equilíbrio do meio ambiente.

9 de setembro de 2010

Chegamos a 50 mil visitas! Agradeço todos os visitantes, seguidores e leitores que de alguma forma colaboraram. Aumenta a nossa responsabilidade para as próximas postagens.

28 de agosto de 2010

Mecanização - Acidentes com tratores agrícolas (N.R)


Dentre os e-mails recebidos e comentários sobre as nossas postagens, um deles nos chamou atenção. Na mensagem, o leitor (seguidor) perguntava sobre as normas regulamentadoras para acidentes em áreas rurais, sobre tudo, com tratores agrícolas (máquinas em geral). O que nos deixou na dúvida é se o autor da mensagem era técnico formado em agropecuária, aluno ou profissional já “habilitado” que não tenha passado em estabelecimento de ensino agrotécnico. Essa mensagem nos fez lembrar um fato ocorrido em aula de mecanização, quando aluno do CTUR, que não teve maiores proporções, se não um susto, para a colega de turma na ocasião, apenas motivos de risos, pois sem se saber como, com um microtrator, conhecido como tobata, ela quase arrancou a baliza do campinho de futebol do colégio.
Confesso que fiquei sem resposta para o leitor de nosso blog, pois todos os assuntos aqui abordados, são de fontes de pesquisas, dos conteúdos de aulas e como técnico formado, e a mecanização pouco abordei nas postagens. Logicamente, a habilidade vem em função da prática, e nesse contexto, não me sinto apto a fazer considerações, pois foi uma área que pouco atuei como técnico. O que posso afirmar, é que o conhecimento da legislação é de muitíssima importância e sempre, incansavelmente, me preocupei com o que preceitua as leis. Lembro de todos os conteúdos de mecanização abordados pelo professor, além das aulas práticas, o que não lembro, foi à abordagem na questão das normas regulamentadoras para essa área, especificamente, sobre segurança com máquinas agrícolas.
Para a resposta do leitor do blog, simplesmente agradeci pelo assunto abordado e coloquei na resposta apenas o que tenho em literaturas e escritos de vários autores, e a falta de atenção foi considerada uma das principais responsáveis pelos acidentes. Os autores citam também como causas principais, a perda de controle em atividades de declive, operação do trator em condições extremas, permissão de carona e a ausência de proteção da partes ativas do operador, inclusive o desconhecimento do manual de instruções da máquina operada.

Aula de mecanização - CTUR 2006

Em estudos realizados, ficou provado estatisticamente que, entre os jovens menores de 16 anos e os idosos maiores de 65 anos de idade, ocorrem à maioria dos acidentes com equipamentos agrícolas e isso e motivo de preocupação, pois muitos alunos de estabelecimentos de ensino agrícola estão na faixa dos 16 anos, bem como, funcionários na faixa dos 60 anos circulam nas estradas fora do campus das instituições e isso é preocupante.
Isso nos fez ter a idéia de fazer uma série sobre o assunto. Faremos uma visita ao colégio e acompanhar uma aula e se possível, conversar com o professor sobre essa questão das N.R.


25 de agosto de 2010

Concurso nas Escolas Técnicas Agrícolas


Estamos nos aproximando do final do ano de 2010, a maioria das escolas técnicas agrícolas, divulgam os seus calendários para o concurso de seleção. Vários cursos são oferecidos: Técnicos Agrícolas, de Agropecuária, de Agroecologia, de Agroindústria, entre outros. Para os que pretendem ingressar em escolas que oferecem esses cursos, devem procurar o mais cedo possível por informações, para não perder o prazo de inscrições. Os cursos, geralmente são com matrículas para o ensino médio, mais o técnico ou em concomitância externa (cursando o médio em outra instituição). Geralmente são feitos buscas na internet, para informações e inscrições.
Colabore com o nosso blog. Na página “Escolas” há uma lista de instituições de todos os estados, busque a sua e atualize as informações, como: nome correto da instituição, endereço, Home Page e E-mail ou inclua a que não consta da lista. No momento que forem atualizadas, será acrescido um asterístico no lado direito do nome da instuição. Além de divulgar a sua escola, irá colaborar com futuros colegas. Participe!

A forma de colaborar com as informações é através do e-mail: tecnicoemagropecuaria_blog@hotmail.com

23 de agosto de 2010

Orgânicos oriundos do extrativismo sustentável - MAPA-MMA nº 25

A Instrução Normativa Interministerial MAPA-MMA nº 25, dos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente, de 19 de agosto de 2010, altera os arts. 4º, 11, 13, a denominação do capítulo IV e os arts. 16, 17 e 18 do anexo da Instrução Normativa Conjunta MAPA-MMA nº 17/09, que aprova as normas técnicas para a obtenção de produtos orgânicos oriundos do extrativismo sustentável orgânico, dispondo sobre o manejo e o Projeto Extrativista Sustentável Orgânico para Unidades de Conservação de Uso Sustentável ou para Áreas Especialmente Protegidas (DOU de 20/8/10, MAPA, pág. 6).

6 de agosto de 2010

MUARES, como tema transversal.


Em pleno século XXI, mesmo com todo o desenvolvimento tecnológico, do mundo globalizado e virtual, os equídeos continuam prestando grandes serviços ao homem, puxando carroças com diversas cargas, conduzindo rebanhos, trazendo gêneros de primeira necessidade para as famílias aonde os veículos automotores não chegam, transportando produtos produzidos em regiões montanhosas para o consumo das cidades. Como transportes, ainda, levam e trazem crianças das escolas em áreas rurais, bem como, são utilizados, no transporte de materiais de construção ou como transporte alternativo em pequenos municípios do Brasil, participam de romarias e de badaladass feiras de animais de exposição. Neste contexto, os muares (burros e mulas) parecem está em destaque, pela sua força, docilidade e beleza. Eles são utilizados desde o Brasil Império, servindo de montaria ou trazendo variadas mercadorias, tais como, suprimentos, remédios e variadas mercadorias, através dos tropeiros. São animais tão extraordinários, que em dado momento de nossa história teve papel importante, ajudando a transportar em seus lombos, o ouro das minas, o açúcar dos engenhos, e o café das longínquas fazendas.
O estudo dos muares exige uma abordagem particularmente ampla e diversificada, pois é um tema vivenciado pela sociedade, nas comunidades, nas famílias e por alunos e educadores no cotidiano, em cada região do Brasil.
A LDB, através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), indica temas transversais, tais como, a pluralidade cultural e recomenda que temas transversais possam ser temas locais, de interesse específico e de uma realidade local. No Ensino Médio Técnico em Agropecuária, os muares podem ser considerados como tema transversal, pois é tema de interesse especifico, da realidade de varias comunidades regionais.
Dentro de um estudo multidisciplinar (...), os muares podem ser abordados como tema transversal e de interdisciplinaridade no Ensino Médio, utilizando exemplos práticos. Para alunos de cursos de Técnico em Agropecuária ou Agroecologia, a disciplina Química, como exemplo, pode-se estudar as reações de fermentação durante o transporte (com os muares) de forrageiras ou de adubo orgânico.
Tudo que foi abordado aqui no texto, é parte dos conteúdos aprendidos no livro, MUARES: TEMA TRANSVERSAL PARA O ENSINO MÉDIO E TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA. Para Técnicos em Agropecuária, já formados ou que ainda, vão se formar, a obra citada contribuirá, ou até complementará os conhecimentos já adquiridos, pois no livro são abordados, assuntos tais como: Origem dos animais, reprodução, doma, alimentação e instalações.
Eu tenho o meu, adquira o seu exemplar, através do nosso blog.
Quer conhecer o autor? Clica no título do poust.
E-mail para pedidos do livro: tecnicoemagropecuaria_blog@hotmail.com


20 de julho de 2010

GUANDU (Cajanus cajam) o nosso experimento.

Feijão Guandu
Nossa produção. Variedades: Vermelho, Preto e Branco
Trazido da Índia ao Brasil e Guianas pelos “mercadores” de escravos, o Cajanus cajan (L.) Miisp, 1900 (Família: Fabaceae, Subfamília: Faboideae, Tribo: Phaseoleae e Subtribo: Cajaninae) é considerado uma das mais importantes das leguminosas, produzindo colheitas elevadas de sementes, ricas em proteína mesmo em solos de baixa fertilidade e adaptado-se a altas temperaturas e a condições de seca. Distribuído e semi-naturalizado em região tropical, assumiu grande importância como fonte de alimento humano, forragem e também como cultura para adubação verde.
Dependendo da variedade, o guandu pode ser uma planta anual ou perene de vida curta, apresenta nódulos que contêm bactérias do gênero Rhizobium, que fixam simbioticamente nitrogênio atmosférico e que é cedido à planta para a formação de seus aminoácidos e proteínas.
Existem cerca de 5 mil variedades, mais com características diferentes dos grupos do Cajanus cajan var. bicolor DC, que apresenta características com porte alto, perene e tardio na produção de sementes, flores vermelhas ou com estrias púrpuras e vagens com quatro a cinco sementes e o Cajanus cajan var. flavus DC, com plantas de porte baixo, precoce de sementes, flores de cor amarela, vagens de cor verde (Morton et al, 1982).
Emboramente as recomendações para a cultura do guandu deve obedecer às recomendações técnicas e agronômicas, resolvemos fazer experimento em nosso sítio com o plantio de três variedades (preto, vermelho e branco) sem nenhuma adubação orgânica ou química, apenas com cobertura morta de algumas “invasoras” e de Feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) e pouca irrigação. O nosso solo é de perfil arenoso, com boa drenagem e os resultados foram fantásticos após 13 meses (junho de 2009 a julho de 2010). Foram plantadas 30 covas, adotamos plantios mais densos, com 1,5 m entre linhas e doze sementes por metro linear, nossa intenção era fazer o melhoramento do solo, apenas com a cobertura das folhas, bem como entender, o comportamento e desenvolvimento da planta com o manejo adverso das recomendações de adubação.
Durante o desenvolvimento das plantas, não detectamos presença de pragas ou doenças, tanto nas folhas ou no sistema radicular, também não fizemos proteção (defensivo) com produtos (orgânico ou químico).
Quanto á produção das variedades plantadas, apenas o guandu preto se apresentou precocemente e com maior presença de folhagem, no entanto, com pouca floração e baixa produção. Das variedades vermelho e o branco, tiveram igual comportamento, com boa floração e produção de sementes, no entanto, com poucas folhas mortas caídas no solo.
Devemos esclarecer aqui, que nosso experimento apenas foi para entender o comportamento dessa leguminosa diante das recomendações e manejo técnico. Queríamos na verdade saber como essa Fabaceae se comportaria em solos diferentes e sem adubação, pois nossa intenção seria reforçar a indicação do Guandu, como opção na agricultura de pequenos produtores da agricultura familiar, diante das poucas condições financeiras, falta de acesso a informações e assistência técnica em pequenas propriedades, pois reforçaria a boa opção de adubação verde, alimentação familiar e forragens para os animais.
Nota:
1. As sementes foram presenteadas por assentados da comunidade 25 de março da cidade de Carapebus/RJ (Norte Fluminense), por ocasião de nossa visita técnica, designado pela UNACOOP em 2009 – O solo na região do assentamento apresenta perfil argiloso e baixo índice pluviométrico. A área era de usina e plantio de Cana-de-açúcar, onde por informações dos moradores, era usado como defensivo o “pó-de-broca” (Hexaclorociclohexano) – Foi feito analise de solo, mais não tivemos acesso dos resultados;
2. Nosso experimento foi feito, em nosso sítio em Cabuçu/Nova Iguaçu (Baixada Fluminense) – O solo apresenta perfil arenoso, e é oriundo de plantio de laranja – Não foi feito analise de solo.

Foto 2: Carapebus/2009 - Foto 3: Nova Iguaçu/2010
A Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) lançou uma nova variedade de feijão guandu, denominada “BRS Mandarim”, dirigida principalmente a pecuaristas e a produtores de cana.

Informações técnicas sobre o Feijão Guandu,  pode ser visto no: http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/ct/ct13/02guandu.html

12 de julho de 2010

A Agricultura Organica e o Decreto n° 6.323 de 27/12/2007

Agricultura familiar - Assentamento 25 de março - Carapebus/RJ
     Os produtos orgânicos contribuem e já estão presentes em mais de 60% da produção de itens básicos da mesa do brasileiro, tais como as hortaliças em geral, bem como, feijão, milho, mandioca, leite e carne, entre outros. Essa contribuição, parte da agricultura familiar, com 85% dos estabelecimentos rurais, ocupa 30% das terras, responde por 38% da produção e por 77% das ocupações em atividades agropecuárias. Uma demanda responsável por inúmeros empregos no comércio e nos serviços das pequenas cidades, por meio da sua inserção no mercado, a renda gerada pela agricultura familiar que tem importante impacto nas cidades do interior do país.
Dada essa sua característica de diversificação, contrária à monocultura, o sistema orgânico também reforça o conceito da agroecologia, com a produção de alimentos seguros, preservação da saúde humana e ambiental, geração de ocupação e principalmente, com renda e promoção do desenvolvimento.
As referências legais para a produção orgânica é fato, diferente de alguns anos, como já comentamos em pousts anteriores. Hoje, o Brasil conta com várias certificadoras, incluindo, as de nível internacional. Em 2006, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cerca de 20 mil agricultores trabalhavam diretamente com a agricultura orgânica, produzindo em torno de 6,5 milhões de hectares de área cultivada. Desta área, 5,7 milhões de hectares são ocupados com explorações extrativistas (de forma legal). O Brasil ocupava a quinta posição, em 2004, entre os países produtores e exporta cerca de 70% do que produzia. Mais segundo alguns do meio, porém, a participação de produtos orgânicos na pauta do agronegócio e da balança comercial brasileira ainda é pouco expressiva, mais não é o que nos parece, todas as regiões se destacam por possuir áreas de sob manejo orgânico. Em termos de produção, o principal Estado produtor é São Paulo (frutas e hortaliças), mas também cana-de-açúcar, que é transformada em açúcar mascavo e destinada ao mercado externo. O mercado de orgânicos já movimentou cerca de US$ 40 bilhões (R$ 89,2 bilhões) ao ano, no mundo. Estima-se que a área sob manejo orgânico seja de 26,5 milhões de hectares. Alguns países destacam-se na produção e comercialização de produtos orgânicos como os Estados Unidos, Alemanha, Japão e o Reino Unido.
Com crescimento firme e constante, foi preciso resolver alguns problemas inerentes à produção orgânica. Um deles, a necessidade de conclusão da regulamentação da Lei 10.831, de 23 de dezembro de 2003, referente ao setor, que melhorou e ordenou a credibilidade, inclusive, de certificação do setor, com o Decreto nº 6.323 de 27 de dezembro de 2007.


Clique no link para baixar o Decreto nº 6.323/07
http://www.aao.org.br/decreto6323.pdf

9 de julho de 2010

A Agricultura Orgânica e a Lei n° 10.831/2003


Alunos do CTUR - aulas prática em olericultura/2006
É notório que na agricultura orgânica existem alguns erros que não devem ser cometidos na pesquisa e difusão de conhecimentos. É fundamental que se evite a repetição do modo como foi feita a introdução dos processos agroquímicos de produção agrícola, entre eles, ignorar a associação histórica cultural dos agricultores com os seus processos produtivos, bem como, adaptar plantas e animais à tecnologia ao invés de adaptar a tecnologia aos processos naturais de produção baseados na natureza
A agricultura convencional é descrita como o conjunto de técnicas produtivas que surgiram em meados do século XIX, conhecida como a 2ª revolução agrícola, que teve como suporte o lançamento dos fertilizantes químicos. O agricultor em geral, ficou dependente por tecnologias e recursos do capital do setor industrial, com um fluxo que levou à degradação do ambiente e a descapitalização, criando uma situação insustentável.
Houve uma grande expansão após as grandes guerras, com o emprego de sementes manipuladas geneticamente para o aumento da produtividade, associado ao emprego de agroquímicos (agrotóxicos e fertilizantes) e da maquinaria agrícola.
Tipos e sistemas foram dinamizados, como agricultura saudável e alternativa aos grandes malefícios da agricultura convencional - Agricultura biológica, surgida na França na década de 60; A Agricultura biodinâmica, que se desenvolveu em relação aos princípios filosóficos do humanista científico Rudolph Steiner, na década de 30 e Agricultura natural, com práticas baseadas em conceitos ecológicos mantendo os sistemas de produção iguais aos encontrados na natureza, resultado do trabalho do Biólogo Masanobu Fujuosa na década de 50.
Agricultura orgânica surge como um sistema de gerenciamento total da produção agrícola, com vistas a promover e realçar a saúde do meio ambiente, preservar a biodiversidade, os ciclos e as atividades biológicas do solo, num sentido de enfatizar e praticar o uso de manejo em oposição ao uso de elementos estranhos ao meio rural. Isso abrangeu a administração de conhecimentos agronômicos, biológicos e até mesmo mecânicos, excluindo, de forma efetiva, a adoção de substâncias químicas ou outros materiais sintéticos que desempenhem no solo funções estranhas às desempenhadas pelo ecossistema.
Sem dúvidas, a agricultura orgânica ou sem o uso de adubos químicos ou agrotóxicos, é um produto limpo, saudável, que provém de um sistema de cultivo que observa as leis da natureza e todo o manejo agrícola baseado no respeito ao meio ambiente e na preservação dos recursos naturais.
Com a valorização e expansão dos orgânicos, (não considerando o modismo!), foi preciso se estabelecer leis e regulamentos para sua dinamização, comercialização e certificação, então surgi a Instrução Normativa nº 007 de 17 de maio de 1999.
No ano de 2003, enfim, é sancionada a Lei nº 10.831 (publicada no D.O.U em 24/12/2003), que em seu artigo 1º, sacramentou “o sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais”.

LEI N° 10.831/2003 - clique no link para baixar:
http://www.nordestecerrado.com.br/wp-content/uploads/2008/01/lei-10831-de-23-12-03.pdf


8 de julho de 2010

O que é a Agricultura Orgânica e seus regulamentos


Horta orgânica - Municipio de Itaguaí/RJ

Nas disciplinas Agroecologia, Processamento de Produtos de Origem Vegetal e Grandes Culturas, mesmo com pouca prática desenvolvida ou nenhuma missão (como estudante em 2005/2007), não podemos deixar de dizer aqui, que de alguma forma os professores nos chamava a atenção para conhecer e entender a legislação, até porque, iríamos precisar como futuros técnicos.
Carregar na camisa a palavra “Orgânica” não era fácil, na época ficávamos restritos somente a tópicos da IN nº 007/99, e não sabíamos o porque, pois já estava em vigor a IN nº 16/2004 que alterava a IN nº 007 – art. nº 7 (revogando os itens 5, 6, 7, 8 e 9 e o Anexo) e a revogava a IN nº 06/2002, estabelecendo assim, os procedimentos das atividades pertinentes ao desenvolvimento da agricultura orgânica a serem adotados, até que se concluíssem os trabalhos de regulamentação da Lei nº 10.831/03, para registro e renovação de registro de matérias primas e produtos de origem animais e vegetais e orgânicos.
Nada sabíamos e nem poderíamos aprender, até porque, outras obrigações estudantis não ofereciam uma maior atenção para a legislação. Nossa formação foi no final de 2007, exatamente o período que (5 dias depois) era publicado o Decreto nº 6.323 de 27 de dezembro de 2007, regulamentando a Lei nº 10.831, definindo e disciplinando as atividades pertinentes ao desenvolvimento da agricultura orgânica. Então é importante que estudantes dos cursos de Agropecuária e Agroecologia, fiquem atentos e dêem importância o que preceitua as leis, mesmo que, ainda durante o curso, a grade curricular da instituição não de ênfase a matéria.


INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 07/99 - clique no link para baixar:

INSTRUÇÃO NORMATIVA N° 16  - clique no link para baixar:

5 de julho de 2010

Núcleos de Agroecologia nas Escolas Federais


Alunas do CTUR -  aulas práticas/2006
R$ 1 milhão! Essa é a sifra que a parceria firmada entre os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Educação (MEC) e Ciência e Tecnologia (MCT) que será investido em equipamentos e elaborátórios com a formação de profissionais na atuação em atividades de ensino, pesquisa e extensão para o desenvolvimento da agroecologia e dos sistemas orgânicos . O objetivo é qualificar profissionais, apoiar o sistema produtivo e conscientizar produtores e consumidores de orgânicos. A medida, será na implantação de núcleos de agroecologia e sistemas de orgânicos de produção em escolas da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, as escolas técnicas que rececerão os nucleos na primeira fase do projeto serão nos estados Rondônia, Pará, Tocantins, Roraima, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe, Maranhão, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de janeiro, Goiás, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.
A proposta é capacitar professores e alunos envolvidos com agroecologia, além de incentivar a produção científica de pesquisas, ampliação dos debates e acesso da comunidade escolar a conhecimentos, tecnologias e materiais didáticos sobre sistemas orgânicos, essa é a afirmação do Secretário-substituto de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa, Sr. Helinton Rocha. O representante do Mapa ressalta, ainda, que os projetos devem terminar em dezembro de 2011, depois disso, a ideia é dar continuidade à proposta e, a longo prazo, implantar um núcleo em cada instituição que ofereça curso ligado a Ciências Agrárias.

Fonte: Agência Brasileira de Notícias







2 de julho de 2010

Brasiiiillll !!!!!!!!

Resgatamos em nossa caixa de e-mails do nosso blog muitas dúvidas e consultas sobre a legislação da agricultura orgânica, então, era nossa intenção para os próximos poust responder e comentar sobre os regulamentos e o que preceitua as leis. Preparávamos uma série para o assunto, quando despertamos para a catástrofe provocada pelas chuvas em 22 cidades do Estado de Alagoas e Pernambuco, principalmente a devastação do Município de Branquinhas, arrazado pela cheia do Rio Mandaú. Nesse meio tempo, o Brasil inteiro parecia está somente voltado para o que rolava na África do Sul por ocasião da realização da Copa do Mundo de futebol, não vamos tachar aqui e não dizer, que ninguém se preocupava com a tristeza pelas perdas, tanto de ordem social, quanto econômica para as cidades atingidas pelas chuvas. A ficha caiu, a Seleção Brasileira foi derrotada pelos holandeses e veio o “chororô”. E não foi culpa da Jabulani!. E aqueles que nem sequer tiveram a oportunidade de assistir o seu triste e próprio noticiário local, não sabiam que mais de 190 milhões de brasileiros (menos eles) “inundavam” com lágrimas esse país “Deitado eternamente em berço esplêndido”, com a derrota da seleção.
As cidades atingidas sofreram de tal forma que vai ser preciso não só consciência política por parte do governo federal, mais também da união daquele povo sofrido e guerreiro. Consciência com espírito público, utilizando todos os recursos necessários e programas de ações sociais, por exemplo, as instituições governamentais ou não governamentais que atendam às populações. O atendimento às populações em situação de insegurança alimentar e nutricional vem por meio de doação de alimentos adquiridos de Agricultores Familiares e é regulamentado conforme o art. 19 da Lei n.º 10.696 de 02/07/2003 e o Decreto n.º 6.447 de 07/05/2008.
Os participantes são os fornecedores agricultores familiares enquadrados no PRONAF, inclusive os Povos e Comunidades Tradicionais qualificados de acordo com o Decreto n.º 6.040, de 07/02/2007 – extrativistas, quilombolas, famílias atingidas por barragens, trabalhadores rurais sem terra acampados (definidos de acordo com a Portaria MDA n.º 111 de 20/11/2003), comunidades indígenas e agricultores familiares em condições especiais (autorizados pela Conab). Os participantes deverão estar organizados em grupos formais (cooperativas e associações). Os consumidores são instituições governamentais ou não governamentais que atendam às populações nessas situações.

Conforme consta da Portaria do MDA, os participantes devem estar organizados em grupos formais (cooperativas e associações). Mais como colocar em prática essas ações diante daquela situação? A perda foi total, inclusive para pequenos agricultores enquadrados nos programas de ações sociais. Todos os prédios públicos foram atingidos (Prefeituras, escolas, delegacias e diversos órgãos, tanto federal como estadual). Eles, não só perderam suas casas, mais também o que haviam plantado, bem como, perda de documentos de identidade pessoal e de suas benfeitorias, até mesmo comprovante de suas DAP (Declaração de Aptidão ao PRONAF) para os “acampados”, então que facilitem a retirada de documentos. Sabemos que haverá muitas ações para reconstruir as cidades atingidas, inclusive as ações sociais, o que nos preocupa, é que depois da derrota da Seleção Brasileira, venha o desvio para outras atenções, afinal, este é um ano de eleições. Esperamos dos que estão à frente dos Ministérios e seus programas sociais, trabalhem, aproveitem a oportunidade para colocar em prática o que o Presidente Lula sancionou em janeiro, a nova Lei de ATER, que institui a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar, pois aquele povo já está trabalhando, começando em salvar o jegue.

Até breve, com comentários das Regulamentações sobre os Produtos Orgânicos, isso, se não "inundar" o nosso Blog com criticas sobre a nossa opinião.

25 de junho de 2010

A importancia da Taxonomia



Artiodactyla                           Primates
Uma das coisas que mais nos chamavam a atenção quando estudante no Colégio Técnico (CTUR) eram aqueles nomes “esquisitos” de plantas forrageiras do Campo Agrostológico. Até porque, se não tivéssemos a devida atenção, logicamente, não teríamos bons resultados nos testes e provas aplicadas pelo professor da disciplina Bases da Produção. Esses nomes “esquisitos” a qual nos referimos eram os nomes científicos (Taxonomia Animal e Vegetal - cada uma com seus princípios e regras particulares). Devemos confessar que naquela época estávamos “enferrujados” na disciplina Biologia, ou até mesmo, quando estudante do ensino médio, nem sequer tivemos a oportunidade de entender ou dar a devida importância a Taxonomia ou o Sistemático ramo das ciências naturais que se ocupa com a classificação dos organismos. Aquele Mestre era categórico: Quero nome comum e nome científico!”– exclamava ele. Se não fosse assim, simplesmente, assinalava na prova em vermelho: “abobrinha”. Essa forma veemente de cobrança disciplinar foi de muitíssima importância, pois foi ali, que passamos a ser mais observadores das palavras na hora de aprender e escrever os nomes científicos, isso, além das outras obrigações estudantis. Essa forma de disciplinar nos fez ser observadores e curiosos. Logicamente nem todos tem a oportunidade de ter acesso a livros específicos, do tipo, Sistema Naturae, que é à base da moderna nomenclatura zoológica, criada por Lineu em 1758, hoje temos a internet para “matar” essas curiosidades, e isso, às vezes nos parece ser perigoso, pois muitas das fontes não são seguras, e para estudantes ou apreciadores de espécimes, as informações podem ser nocivas, pois quando fazemos a leitura, automaticamente, observamos também a ilustração, aprendemos e passamos acreditar naquilo que foi lido e visto.
Não vamos aqui generalizar com criticas todas as fontes de informações virtuais relacionados aos animais, pois alguns lapsos podem ser cometidos (temos os nossos!). Dessas informações virtuais, não podemos acreditar que a maioria desconheça algumas das principais regras de nomenclatura zoológica, principalmente quando essas informações vêm de Sites oficiais de órgãos públicos, como por exemplo, o Zoológico do Rio de Janeiro. Um grande lapso poderia ser uma foto ou ilustração, que não corresponda á informação escrita, essa combinação é importante, para que todo o conteúdo informativo não seja nocivo, afinal o que vale o escrito ou o ilustrado?
Veja um exemplo no Site do zoológico do Rio de Janeiro, dos animais em exposição citados, o Audade (não encontramos referencias para o nome comum), com classificação: Papio anubis; Ordem: Primates, que é da Família: Cercopithecidae; Subfamília: Cercopithecina; Genero: Papio (um tipo de babuino)
O que nos parece, a foto não condiz com a classificação zoológica. A ilustração demonstra um animal do genero Capra, de Ordem: Artiodactyla; Familia: Bovidae; Subfamilia: Caprinae.
Nossa observação na classificação zoológica e foto daquele animal, no Site do Zoológico do Rio de Janeiro, nos parece ser um lapso, se não, informação nociva para jovens estudantes, que utilizam o Site para pesquisas e/ou visitar aquele Parque Municipal
.
Confira o lapso do Zoo do Rio: www.rio.rj.gov.br/web/riozoo/exibeconteudo?article-id=141970  
Acesse um resumo sobre a taxonomia:, disponível em: www.slideshare.net/joao1959/a-taxonomia-eanomenclaturaemanimais-prfglaucio

18 de junho de 2010

A Permacultura

Foto 1: "Dona Biata" (minha mãe Beatriz) - Subsistencia em nosso sítio/1990

Os princípios da Permacultura vêm da posição de que "a única decisão verdadeiramente ética é cada um tomar para si a responsabilidade de sua própria existência e de seus filhos" (Mollison, 1990). Um dos princípios diz: compartilhar excedentes (inclusive conhecimentos).
Criado pelos ecologistas australianos Bill Mollison e David Holmgren na década de 70, ano em que o termo foi cunhado na Austrália, a permanent agriculture, e mais tarde se estendeu para significar permanent culture. A sustentabilidade ecológica, idéia inicial, estendeu-se para a sustentabilidade dos assentamentos humanos. Difundida nesse país onde a agricultura convencional já estava em decadência e mostrava sinais de degradação ambiental e perda de recursos naturais irrecuperável. Bem parecido, apenas com algumas regiões do Brasil de hoje,
Como campo de trabalho, a Permacultura é uma carreira reconhecida internacionalmente em várias instituições de ensino superior. Apesar disso, não é um campo de "especialização" e, sim, de "generalização" (tornar comum, propagar), é o que diz os “especialistas”. O Permacultor utiliza conhecimentos de muitas áreas para fazer sua análise e tomar suas decisões. Mais quem é o Permacultor? Quais análises e suas decisões?
O que nos preocupa na verdade é o modismo, pois alguns “adeptos” nada mais fazem do que se integrar ou criar ONGs e daí tirar proveito do desconhecimento técnico de pessoas em comunidades que já praticam a permanente cultura, naturalmente (sem especialistas); e ai, tentar, não se integrar por consciência ecológica, mais sim, para faturar através dessas “instituições”, apresentando “projetos” mirabolantes de uma atividade que virou moda (para alguns, algo novo). Essa nossa preocupação, tem haver o que vimos em algumas comunidades e assentamentos que tivemos a oportunidade de visitar como técnico, através de uma cooperativa de agricultores do Rio de Janeiro, as maiores queixas era a falta de assistência técnica. Essas comunidades têm grandes conhecimentos da agricultura convencional e com resultados fantásticos, fazem do solo a “ferramenta” de sustentação com preservação. O que assistimos é que “Quanto mais se aproximam da natureza, menos se trabalha”, outro conceito da permacultura. O que falta são projetos com assistência técnica continua, é o que precisa a agricultura familiar, por exemplo.
Vimos projetos de Permacultura, de Agrofloresta, Hortas Mandalas e outros tipos, abandonados, mal assistidos e incompletos tecnicamente. Viam-se claramente desperdício de tempo e dinheiro público, através dos financiamentos oferecidos. O modismo é passageiro!
Mollison imaginou e descreveu o que poderia ser uma transformação, da Agricultura Convencional em uma Permanente Agricultura. Existem mais de cem institutos de Permacultura em todos os continentes, com igual número de nações, e o Brasil vem adotando a Permacultura como metodologia agrícola e, até mesmo, escolas de todos os níveis, estão incluindo como disciplina a Permacultura no seu currículo básico e cada aluno, pode ser, além de técnico, um multiplicador, aplicando os conceitos da Permacultura.
A família rural pode a até ser carente de informações e de recursos para sobreviver sustentavelmente, que conseqüente provocar êxodo rural. Para que isso não aconteça, precisa de assistência, de apoio e respeito, e não de oportunismo, nem tão pouco de modismo. Qualquer que seja o sistema adotado, não acaba definitivamente essas carências, nem com modismo, e principalmente com assistencialismo.
O conceito de agricultura permanente começa a ser entendido e expandido como uma cultura permanente, envolvendo fatores sociais, econômicos e sanitários para desenvolver uma verdadeira disciplina holística de organização de sistemas. Precisamos trazer soluções práticas para o homem do campo. Sabemos que a Permacultura, sem modismo, é uma solução simples que vem de encontro às realidades culturais, sociais e ambientais de cada região. Não há dúvidas que solução sistêmica traz segurança e potencial de desenvolvimento humano sustentável.
A palavra Permacultura é registrada, internacionalmente, como propriedade do Instituto de Permacultura - Austrália. Qualquer pessoa que admita a ética da Permacultura pode utilizá-la no seu dia a dia, o que não aceitamos, é com a única restrição de que o ensino da Permacultura (cursos de curta ou longa duração) só poderá ser ministrado por graduados do Instituto ou por aqueles formados por esses graduados. E aqueles que não foram formados por aqueles? Não pode?
Foto 2 - Subsistencia em nosso sítio/2010
Sei que receberei criticas por nossas opiniões, aqui neste poust, a nossa consciência ecológica, vai além do modismo, afinal, nasci em um país em que a maioria não degrada a natureza e depois adota “sistemas” de quem já esteve em declínio. A nossa cultura ancestral sobreviveu, mesmo quando, outrora, havia a ausência e desconhecimento da ciência moderna.



10 de junho de 2010

Os Laticínios


Os laticínios são os produtos comestíveis que possui o leite como principal elemento em sua composição ou qualquer produto da indústria do leite. É considerado como laticínios o leite pasteurizado, o desnatado, os queijos, cremes de leite, manteiga, leite condensado, iogurte, bebidas fermentadas, bem como os sorvetes.  Denominados como produtos lácteos, é o grupo de alimentos que inclui exclusivamente o leite, assim como os seus derivados processados (geralmente fermentados). É importante salientar que os produtos lácteos, outrora não estavam sujeitos a inúmeras leis, portarias, instruções normativas ou outros instrumentos regulatórios. Nos tempos modernos, essas regulamentações são importantes para que possa ser preservada a nossa saúde e os estabelecimentos industrializadores estão sujeitos a essas normas.
Até a sua propagação moderna juntamente com a cultura européia, os lácteos eram quase desconhecido das culturas orientais, inexistente nas Américas pré-colombianas e de uso apenas limitado na África submediterrânea, sendo generalizado e popular apenas na Europa e nas áreas fortemente influenciadas por suas culturas. Mas, com a disseminação, inicialmente através do imperialismo europeu, e mais tarde da cultura e alimentação euro-americano. Os queijos, por exemplo, aos poucos se tornaram conhecido e cada vez mais popular em todo o mundo, embora ainda raramente sendo considerado parte das cozinhas étnicas locais fora da Europa, do Oriente Médio e das Américas. A primeira fábrica para a produção industrial de queijo começou a funcionar na Suíça em 1815.
Os produtos lácteos são conhecidos há milênios, e é bastante provável que sejam usados para consumo humano desde os tempos das antigas tribos nômades, devido à grande disponibilidade de leite dos rebanhos que eram deslocados junto com as populações humanas. A elaboração de certos laticínios como o queijo associa-se na cultura popular aos costumes culinários dos pastores de gado. Alguns autores mencionam que o mesmo pode ter acontecido com a fermentação do leite que se armazenava em vasilhas elaboradas com estômagos de animais. Os laticínios e o leite se desenvolveram historicamente naquelas populações, ou comunidades humanas, que evoluíram fisicamente para manter, na idade adulta, uma melhor capacidade de digestão do principal açúcar do leite
Na Grécia Antiga, o leite era bebido por camponeses, mas quase não era empregado em preparações culinárias. A manteiga era conhecida, mas pouco consumida, apreciavam outros laticínios. Servia-se de tipos de bebidas fermentada como sobremesa, algo que deveria assemelhar-se ao iogurte.
Os laticínios têm suscitado polêmicas sociais a respeito da origem do leite e, desta forma, há grupos sociais que evitam seu consumo por motivos éticos. Outros grupos sociais abandonam o consumo de produtos lácteos por sensibilidade em relação aos animais lactantes, mostrando com estas ações sua repulsa aos sistemas de ordenha automática e à inclusão de antibióticos para evitar a infecção das mamas do animal durante o processo. Alguns evitam seu consumo por razões de consciência ambiental, que podem ser suscitadas pela indústria láctea e alguns setores econômicos conexos a criação industrial de gado que produz muitos resíduos poluentes. Outros evitam a ingestão de alguns produtos lácteos devido a imperativos ou preceitos religiosos.
Do ponto de vista nutricional, os produtos lácteos se caracterizam em regra pela grande quantidade de cálcio mineral que podem aportar ao organismo, proteínas de alta qualidade, vitaminas A e D. Os laticínios produzem em algumas partes da sociedade alergias e intolerâncias como da lactose (deficiência de uma enzima denominada lactase). Desde meados do século XIX com todas as possíveis doenças transmitidas pelo leite e seus derivados, os avanços na pasteurização facilitaram o trabalho de controle por parte das autoridades.
Os produtos lácteos possuem diferentes graus, capacidades e necessidades de conservação. A capacidade de conservação afeta por igual, no caso dos laticínios, tanto a qualidade como a segurança dos mesmos. Pode-se dizer que, com exceção do queijo e do leite em pó, desenhados para serem armazenados por longos períodos de tempo, quase todos eles são produtos alimentícios altamente perecíveis que devem ser conservados rigorosamente resfriados. Em regra, os métodos de conservação empregados na indústria de laticínios concentram-se na pasteurização.
   O século XX é a época em que os laticínios (industrialização) experimentaram forte expansão em consumo em todo o planeta. Avanços nos métodos artificiais de ordenha, alimentação, seleção e melhoramento genético e zootécnico dos rebanhos, progressos tecnológicos nos processos de transporte e refrigeração, fizeram com que se produzisse "sobreprodução" (começava-se a produzir mais leite com menos vacas). Ao mesmo tempo, surgi debates sérios sobre seus valores nutricionais adequados a uma dieta saudável.
A microbiologia é complexa. Muitos dos processos de manipulação do leite para chegar a produzir lácteos necessitam de higiene extrema com o objetivo de contaminar o produto final. Esterilização excessiva pode eliminar parte dos organismos responsáveis pelas fermentações. É por essa razão que o processo deve ser supervisionado rigorosamente a partir de um ponto de vista microbiológico, um dos controles mais básicos é o da vigilância da temperatura. Às vezes, o leite inclui bactérias indesejáveis como pode ser o Streptococcus mastitidis procedente de infecções dos úberes das vacas, que podem ser transmitidos aos produtos lácteos.
É preciso que consumidores fiquem atentos sobre a origem dos produtos industrializados, principalmente com surgimento de novas marcas. A melhoria da qualidade do leite cru tem sido tema da maior relevância, refletindo a mudança de paradigma que experimenta o agronegócio do leite no Brasil. O sistema APPCC significa um avanço na garantia de qualidade dos alimentos, mas a introdução desta ferramenta de gestão em fazendas leiteiras, ainda enfrenta dificuldades, quanto à organização das informações e monitoramento do processo de produção. A própria indústria de laticínios tem interesse nas medidas de avaliação da matéria-prima, para implementar o pagamento por qualidade de leite aos produtores e expandir a área de controle sanitário dos rebanhos (Rios, 2001).
Para finalizar, a regulamentação técnica para todo o pessoal que trabalha nas dependências voltadas à produção de leite (laticínios) deve apresentar hábitos higiênicos, portanto, cumprir o que determina a INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 51, DE 18 DE SETEMBRO DE 2002 e o que preceitua a PORTARIA Nº 368, DE 04 DE SETEMBRO DE 1997. Alguns perigos/riscos associados ao leite cru podem ser eliminados pela pasteurização, mas outros precisam ser controlados ou prevenidos por procedimentos adequados de produção e fabricação. Para garantir a segurança dos alimentos, o processo APPCC (análise de perigos e pontos críticos de controle) vem sendo usado na indústria de alimentos com sucesso. 
Os principais subprodutos contribuir como fonte alternativa de consumo e comercialização, mas para que esses sejam de boa qualidade tecnológica e sanitária, é necessário que a matéria-prima, ou seja, o leite deve apresentar características físico-químicas e microbiológicas satisfatórias. Para isso, o leite precisa ser obtido e manipulado de forma técnica e higiênica, o que assegurará sua boa qualidade.
                     Obs. (foto 2) Local irregular - (foto 3) Pessoas não autorizada e vestimenta inadequada



Fizemos um resumo sobre as RESPONSABILIDADES DO TÉCNICO NA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS - Para estabelecimentos que industrializam, manipulam, beneficiam e/ou embalam produtos ou derivados do leite. Acesse: www.slideshare.net/joao1959/responsabilidades-do-tcnico-na-indstria-de-laticnios

1.

19 de fevereiro de 2010

Processamento de Produtos de Origem Animal - II

A Indústria do Couro – Abordagem sobre a história dos Curtumes
Há relatos que antes mesmo da Era Cristã os chineses dominavam a arte de beneficiamento do couro, com a fabricação de vários objetos. Os Egipcios, Babilonios e Hebreus usaram processos de curtimento do couro, bem como, os antigos gregos possuiram curtumes.
Os índios norte-americanos também conheciam a arte de curtir, fabricavam mocassins, roupas, tapetes e cabanas. Em Pérgamo desenvolveram-se, na Idade Antiga, os célebres "pergaminhos", eram usados na escrita e que eram feitos com peles de ovinos, cabrinos ou de bovinos. Com o couro eram feitos, também, elmos, escudos e gibões e sapatos. A partir do século VIII, os árabes introduziram na Península Ibérica a indústria do couro artístico, tornando famosos os couros de Córdova.
Desde o inicio da humanidade, se tem notícias de tratamento de peles e couros, algumas pela simples desidratação, processo simples onde se utiliza algum tipo de sal para auxiliar este sistema, como também pelo processo químico do curtimento. Atualmente a substância mais utilizada pelos curtumes, são o cromo e o aluminio, nessa escolha se dá pela maior agilidade no processo de curtimento, barateando os custos dos curtumes de maior porte.
A poluição causada pelos curtumes sempre se relacionou diretamente numa grande geração de efluentes liquidos e de resíduos sólidos, que provoca a contaminação do solo e das aguas, além da geração de odores, causando elevado impacto ambiental. Os curtumes são industrias que empregam grandes quantidades de água limpa, uma vez que todos os processos ocorre em meio aquoso (exemplo: o píquel, anterior a purga).
A que se pensar sobre os impactos ambientais. Em nossas leituras, vimos que, segundo Buljam (1995), são empregados em média 30 mil litros de água por tonelada de peles salgadas, que geram 250 km de couros curtidos, ou seja, a relação empregada de água, pele salgadas e couros produzidos é de 120:4:1. A produção mundial de peles bovinas, segundo a FAO (2001) só no ano 2000 a produção foi de 5,8 milhões de unidades.
Os resíduos dos diversos processos são muitas vezes eliminados sem tratamento nos sistemas de galerias das cidades ou em muitos casos diretamente em esgotos abertos ou cursos de água, além também de descarregadas diretamente em terrenos agrícolas, com a intenção de eliminar os resíduos e simultaneamente irrigar e fertilizar os solos.
Sobre a importância econômica, não vamos entrar no mérito, apenas recomendamos uma boa leitura na Circular Técnica nº 33 - Aspectos qualitativos do couro de novilha orgânica do Pantanal Sul-Mato-Grossense, disponível em:  http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/ct/ct33/index.htm 
 
Artefatos de couro


7 de fevereiro de 2010

Processamento de Produtos de Origem Animal - I

Os Matadouros
“Só é permitido o abate de animais de açougue por métodos humanitários utilizando-se de previa insensibilização, seguido de imediata sangria”.
O que está em destaque é apenas um item das complexas leis que regulamenta o Processamento de Produtos de Origem Animal, sem contar ainda, com os preceitos religiosos, que estão inclusos nas regulamentações, bem como, o esgotamento dos recursos hídricos.
Logicamente não vamos aqui citar nem nos estender nas Leis, cabem aos leitores ou interessados no assunto, se aprofundarem no tema. Alunos que tem essa disciplina em seus cursos devem ficar atentos, pois muitas das vezes, os professores fazem alusão apenas o que preceitua as leis, mais que na verdade, a complexidade da matéria e outras obrigações estudantis, bem como a falta de visitas técnica, não deixam perceber ou entender a demanda nociva ao meio ambiente provocados por estabelecimentos de abates. Somente cursos específicos como os dos Técnicos em Processamento de Carnes ou similar, talvez possam está mais perto da realidade, pois em suas atividades do curso, são debatidos, assistidos e o cumprimento das leis é a principal matéria, além é claro, das inúmeras visitas técnicas em estabelecimentos Processadores, Industrializadores e de Abates.
A falta de fiscalização nos estabelecimentos não só envolve a falta de profissionais em órgãos fiscalizadores (isso nos grandes centros), pois em longínquas regiões do Brasil, envolvem também as questões sociais. Muitos estabelecimentos de abates, são clandestinos e é a única fonte de renda da população desses locais, então, além da falta de fiscalização, há a manipulação política e repressão dos donos desses estabelecimentos.
Além do grande perigo para a saúde da população consumidora dos produtos de origem animal, há o grandíssimo malefício ao meio ambiente. Os locais de abate variam de simples pranchas de abate até matadouros muito modernos. Nos matadouros clandestinos, os animais são abatidos, a seguir o sangue, o couro ou pele, órgãos internos são retirados. A carcaça é cortada e transformada em diferentes produtos através de: cortes, cura, embalados ou enlatamento. São produzidas grandes quantidades de despojos comestíveis e não comestíveis. A maior parte destes produtos poderia sofrer processamento e ser utilizados, mas isto nem sempre acontece. Os subprodutos são frequentemente desperdiçados e atirados ou descarregados nas águas de superfície ou deixado a céu aberto, causando impacto ambiental.
No processo de abate, os seguintes subprodutos e resíduos ficam disponíveis: (1) estrume, conteúdos do rúmen e intestinos; (2) produtos comestíveis como o sangue e fígado; (3) produtos não comestíveis como pêlo, ossos e penas (no caso da avicultura); (4) gordura retirada das águas residuais; e (5) águas residuais. Do ponto de vista econômico e ambiental muitos destes produtos residuais poderiam ser transformados em subprodutos úteis (para consumo humano, comida para animais de companhia, indústria de rações ou fertilizantes). Abate feito em más condições, falta de equipamento para processamento dos subprodutos, pequena quantidade de subprodutos e baixo valor final contribuem para a produção de resíduos dos matadouros. O uso liberal da água leva a grandes quantidades desses residuos. A descarga direta de águas residuais não tratadas nas águas superficiais ou no sistema público de esgotos causa maus cheiros, água pobre em oxigênio e problemas sanitários e ambientais.
A má gestão dos resíduos dos Processos de Processamentos provoca: Descargas de Compostos Orgânicos e Inorgânicos, Solúveis e Insolúveis nas Águas Residuais (Os resíduos deste processo são muitas vezes eliminados sem tratamento nos sistemas de esgotos públicos, ou em muitos casos diretamente em esgotos abertos ou cursos de água, bem como, são também descarregadas diretamente em terrenos agrícolas, com a intenção de eliminar os resíduos e simultaneamente irrigar e fertilizar os solos); Eliminação de Resíduos Sólidos (Como alternativa os resíduos sólidos são por vezes usados como entulho e não incinerados. O resultado final é geralmente o mesmo, já que os compostos orgânicos se infiltram nos sistemas aquáticos) e finalmente, Descarga de Resíduos Tóxicos (O problema dos resíduos tóxicos é particularmente significativo para as fábricas de curtumes),
O assunto sobre Os Curtumes fica para a próxima postagem. O mais importante e uma das maiores preocupações para o Processamento de Produtos Animais é sobre Esgotamento dos Recursos Hídrico, (água doce potável). A procura de recursos de água doce está em aceleração, e a competição por água é uma preocupação crescente para os planificadores e políticos. Presentemente 70% da água extraída em todo o mundo são usadas pela agricultura, enquanto que 20% são usadas na indústria e apenas 10% é usada para consumo nas cidades. É ou não é uma preocupação? Existem um cem números de situações técnicas sobre a questão de processamentos, e uma delas é o uso de água na Produção Animal Industrial e nos Sistemas de Processamentos.
As necessidades de água para consumo pelos animais de produção em unidades industriais, e para manter as instalações de produção limpas e em condições higiênicas, são consideráveis, visto que as instalações de produção estão quase sempre próximas de centros urbano-industriais, estas necessidades estão em competição direta com as necessidades da indústria e abastecimento municipal e qualquer descumprimento das leis, afetará diretamente o consumidor final desses produtos. E nunca esquecer que o Professor Estrella, categorizava e insistia, para que não esquecessemos nunca, a água como bem social e direitos humanos.

Irregular

Regular
Palestra apresentada em aulas sobre Produtos de Origem Animal (2006) e Legisção sobre abates de bovinos. Disponiveis em: