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By tecnicoemagropecuaria.blogspot.com

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31 de julho de 2012

Comunidades tradicionais - Cultura caiçara – Vila de Trindade (parte II)


Imagem de 2009

A vila foi formada, já a partir do século XVI com a miscigenação de brancos de origem portuguesa com grupos indígenas das regiões litorâneas do Estado de São Paulo (os tupinambás) e também houve o aporte de negros libertos que se afastaram das influências das áreas urbanas (cidades e vilas), além de uma pequena referência, não comprovada, de que houve tambem influência de Indios “Carapebas” que já habitavam aquela região.
Não restam dúvidas e é histórico, que deixadas toda a influência econômica da Coroa Portuguesa e do Império, que marcaram essa região, tais como a consolidação de Vilas com seus Casarios e as Senzalas na região de Paraty, e é incontestável o fato de que por trilhas passaram e construíram a história dos índios, dos escravos e os colonizadores, dando origem um povo de bonomia cultural, como os dos verdadeiros Caiçaras.
Segundo contam, a formação da vila de pescadores de Trindade, formou-se com esses povos, tendo em vista, que a terra do litoral não era fértil como no planalto para o cultivo de subsistência e passaram dedicar-se à pesca, com seus equipamentos feitos de forma artesanal, como as canoas de ubá e redes feitas de fibra de embaúba.
Atualmente a pesca com canoas de ubá e redes com até 50 braças de comprimento por 6 de largura; para facilitar a flutuação, bóias de cortiça na parte inferior as chumbadas ou peso de barro cozido nas extremidades da rede; cordas feitas de fibras vegetais para puxar o arrastão, hoje já não está presente, diante de outros manejos e equipamentos, como pequenas embarcações de alumínio e motores a diesel, para se chegar mais rápido ao local de pesca. Velhas canoas apenas são utilizadas para o “cerco”.
É notória a especulação imobiliária nas circunvizinhanças de Trindade, que estimula uma violenta e acelerada ação antrópica, motivada pela valorização das terras. O Caiçara nato, não está neste contexto, pois segundo relatos de seus moradores mais antigos, os conflitos e opressões vem desde os tempos dos primeiros habitantes, hoje “espremidos” em meros 30% das áreas que ocupavam da vila de pescadores, dando origem a Vila de Trindade.

As imagens abaixos foram feitas em 2009


 





28 de julho de 2012

Comunidades tradicionais - Cultura caiçara (parte I)


Vila de Trindade - Foto de 2009

A vida estressante da movimentação dos grandes centros urbanos, fatalmente provoca a busca por locais para descanso. O Campo, as montanhas e o litoral como abrigo para as folgas semanais e férias, são as opções. As áreas litorais do Brasil são sem dúvidas, as mais procuradas.

Sem saber, travamos contato com várias culturas tradicionais e uma das mais belas e antigas culturas brasileiras é a cultura Caiçara, um povo miscigenado.

Há algumas comunidades com poucos contatos com o "mundo de fora". Os verdadeiros Caiçaras evoluíram aproveitando recursos naturais à sua volta, que resultou numa grande intimidade com o meio ambiente. Subsisti talvez, por estarem em longínquos locais.
Para estudiosos sobre culturas tradicionais, os Caiçaras, é povo anfíbio, entre o mar e a floresta reunidos em pequenas comunidades e tentam, ainda hoje, preservar seus valores de grupo. Seus territórios - praias e enseadas – na sua grande maioria são de difícil acesso, por vezes protegido por Unidades de Conservação. A denominação Caiçara passou a ser sinônimo de pescador litorâneo.
É fato contraditório, que existam comunidades relativamente preservadas no Brasil e algumas delas, é objeto de estudo de vários Centros de Pesquisa, sobretudo no Sudeste (eixo Rio-São Paulo).

É fato também, que o panorama desta cultura viveu mais de um século em isolamento e hoje passa a travar contatos, cada vez maiores, com o universo urbano. Atualmente os seus locais de trabalho e moradias são alvo da especulação imobiliária, devido à sua beleza e excelente estado de conservação, em que muitas vezes, são os próprios que permitem ou fazem essa especulação, pressionados pela falta de alternativa de sobrevivência.
Uma dessas comunidades é da Vila Trindade no Município de Paraty (Costa Verde) no Rio de Janeiro, que vem perdendo as suas origens, mesmo quem ainda possa existir “alguns remanescentes”.

A Vila de Trindade, hoje, nada mais é do que um bairro desordenado, originário de uma ainda existente e espremida vila de pescadores Caiçaras, onde a diversidade de constituição familiar instituiu a “mistura” da cultura local com a de outras sem histórico de comportamentos e manifestações culturais (da crença, artísticas e culturais) provocando a neutralização efetiva de qualquer ação de iniciativas culturais e socioeconômica especifica para comunidades tradicionais.
Os que se denominam remanescente de Caiçaras, dissimulam a fraca atividade pesqueira com o comercial; o turismo parece imperar, tendo em vista, as belezas naturais da região que estimula a presença desordenada de inúmeros visitantes, onde os seus moradores locais procuram explorar essas visitações, com produtos de outras regiões, bem como os caríssimos passeios de barcos.

A Comunidade Caiçara de Paraty fica na região Sul do Estado do Rio de Janeiro, microrregião da Baía da Ilha Grande e mesorregião Sul Fluminense, com seu ponto limítrofe com o Estado de São Paulo, em ponta rochosa junto ao mar e referência denominada de Cabeça do Índio (23º 22’ 81” S e 44º 43’ 26.37” O), onde o Governo Federal em fevereiro de 2009 delimitou parte (Praia do Meio) integrante do Parque Nacional da Serra da Bocaína.

A real cultura caiçara daquela região, falaremos no próximo post.

Comércio e barcos para passeios - Praia do Caixadaço é área de preservação ambiental

Comércio na Praia do Meio - Área de preservação

22 de julho de 2012

Comunidades tradicionais – Nossas jornadas.


Caiçaras da Vila de Trindade - Paraty/RJ

Em nossas andanças na Cúpula dos Povos, evento paralelo do grande Fórum Global (RIO +20) realizado na cidade do Rio de Janeiro, um fato nos chamou a atenção, que foram às queixas feitas por alguns representantes de pequenas comunidades tradicionais. Queixas essas, que são o reconhecimento de suas atividades que mantém viva as suas culturas. Logicamente essas queixas referiam-se a luta pela sobrevivência respeitando o meio ambiente com sustentabilidade. É certo saber que todos foram representados nos debates durante o fórum e nenhum seguimento foi relegado, mesmo os que não estavam presentes ou se fizeram representar.
Em nossas andanças no território da Cúpula, procuramos interagir com grupos isolados que não fizeram parte nos debates nas tendas ou dos pontos de cultura. Procuramos conversar com representantes de comunidades de pré-assentados, indígenas, quilombolas e caiçaras. Desta última citada, não encontramos nenhum representante.
Como tivemos a oportunidade de trabalhar (assistência técnica) em algumas comunidades tradicionais, por designação de uma cooperativa de agricultores e temos um farto material colhido (relatórios e imagens) durante nossos trabalhos, vamos aqui publicar um resumo de nossas jornadas feitas nessas comunidades.
Começaremos pelo povo caiçara, que fazem parte das culturas litorâneas brasileiras e representam um forte elo entre o homem e seus recursos naturais, gerando um raro exemplo de harmonia com o seu ambiente. Os caiçaras são um exemplo vivo da combinação índio-colono, terra-mar; que se estabeleceram nos costões rochosos, restingas, mangues e encostas da Mata Atlântica.

4 de julho de 2012

Cúpula dos Povos e o Camelódromo cultural da RIO +20


Na Cúpula dos Povos, o atual modelo do agronegócio foi criticado e apontado como o principal responsável pela crise alimentar. Esse tema foi muito discutido na Plenária 3, onde se tratou da Soberania Alimentar. Diversas organizações e movimentos sociais do campo nacional e internacional estavam presentes, entre esses, representantes de movimentos quilombolas e indígenas que ofereciam produtos produzidos em suas comunidades.
Sem contar da presença de outras lideranças e manifestantes com objetivos comuns no Fórum Global, o número de visitantes que circulavam fora das tendas e nos pontos de culturas, de um modo geral, despertou o interesse de alguns oportunistas, que nem sequer eram membros envolvidos na agricultura familiar, nativos ou remanescentes.

A venda de produtos produzidos por diferentes povos, principalmente artesanatos indígenas, eram os mais apreciados, tenda em vista, a beleza e variedades feitos de sementes, penas de pássaros e objetos de madeira. Logicamente o trabalho de produção dessas comunidades deve ser valorizado, principalmente, por serem produtos extraídos respeitando o meio ambiente com sustentabilidade, no entanto, a supervalorização de objetos produzidos, até mesmo os mais simples, não era justa.

Cabe aqui esclarecer, que não é intenção desse blog desmerecer ou desvalorizar a arte e talento dos representantes natos de comunidades tradicionais. Conhecemos o real valor desses atores. Era fácil saber e identificar os que se aproveitavam da realização do evento paralelo da Conferencia da RIO +20, para colocar a venda produtos que nem de perto podia ser comparado com os verdadeiros artesanatos produzidos por comunidades tradicionais.
Foi fato, o comportamento em aproveitar do evento para faturar, sem princípios e com interesses indesculpáveis, não alija alguns membros dessas comunidades, tendo em vista, que era fácil encontrar barracas e lonas plásticas no chão com inúmeros produtos, com preços fora da realidade e para os padrões sociais da maioria dos participantes e visitantes que queriam levar uma lembrancinha para recordar do histórico evento. Em uma conversa, um deles chegou a nos confessar: “meu interesse é vender para os gringos”.

Ora, um evento em que os assuntos eram a erradicação da pobreza, a sustentabilidade e o desafio urgente de frear a nova fase de recomposição do capitalismo, não pode ter presente essas figuras que denigrem a imagem de honrosas comunidades culturais.

Lamentável, mas transformaram a Cúpula em um camelódromo cultural.







1 de julho de 2012

APA dos Morros Garapenses na RIO +20

Durante a realização da Conferência da RIO +20, os eventos paralelos foram destacados na mídia com seus movimentos culturais e de protestos. A diversificação de culturas, sem dúvidas, foi o grande marco do encontro. Povos de todas as regiões do Brasil e do mundo marcaram presença na Cúpula dos Povos com suas propostas, opiniões e de demonstração de lutas.
Logicamente quem não teve a oportunidade de estar presente naquele grande encontro assistiu e acompanharam as notícias através da TV, internet e até pelo rádio, pois várias emissoras estavam presentes fazendo suas transmissões nas atividades da Cúpula.

Em nossas andanças naquele evento, participando e assistindo as plenárias, procuramos também fazer contato com grupos isolados, mais que se destacavam com suas histórias de lutas em suas comunidades, como por exemplo, dos envolvidos na agricultura familiar e que tratam suas culturas focadas na agroecologia. Um desses grupos que marcou importante presença e que interagimos, foi o do APA Morros Garapenses.
Este grupo veio da região leste do Maranhão, que fica em uma área de mais de 234 mil hectares e distante 332 Km da cidade de São Luiz e 112 Km de Teresina, compreendendo briosas cidades, que são os municípios de Buriti, Duque Barcelar, Coelho Neto e Afonso Cunha.

Procuramos saber desse grupo, a importância de seus trabalhos na região e como tratam as suas atividades relacionadas com o meio ambiente. Logicamente nos alongaríamos em transcrever o que nos relataram. Um membro do grupo procurou; com muito orgulho, ilustrar como é a beleza da região, a história e cultura comum dos municípios formadores da APA dos Morros Garapenses que é ricamente expressada nos festejos juninos, carnavalescos e os ciclos religiosos; além da poesia dos trovadores e poetas regionais, que cantam a vida e as belezas da Unidade de Conservação, que é privilegiada por um meio ambiente transitório de Cerrado e Caatinga, com biodiversidade rica de fauna e flora, abundância hídrica de nascentes e riachos de águas cristalinas e turvas. Outro integrante completou a conversa, destacando dois rios que nascem na APA, o Estrela e o Mirim, banhado belo Rio Parnaíba de águas claras e sedutoras praias convidativas e agradável ao banho.

A região nos parece tão bela, que outro integrante destacou a centenária Fazenda Santa Cruz em Buriti com a lenda da Lagoa e possuidora de documentos do império e da escravidão. Junto com floresta de árvores fossilizada o outro destaque fica em Duque Barcelar, que é testemunho do dilúvio, segundo contam.
A APA Garapenses possui belos e famosos morros, e um deles possui mirantes naturais que se contemplam com espetaculares paisagens de lagoas, florestas de babaçu e do Vale do Parnaíba.

Entusiasmados, a população do Morros Garapenses, nos convidam para conhecer, além de seus trabalhos de sustentabilidade; um roteiro certo, para quem gosta de diversidade cultural, ciências, religiosidade, vida ao ar livre com aventuras.

Obrigado ao povo do APA do Morros Garapenses por nos acolher (esse blog) com tanto carinho, durante a realização das atividades na Cúpula dos Povos na RIO +20, nos presenteando com saberes e belas histórias de lutas, sustentabilidade com respeito ao meio ambiente.