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By tecnicoemagropecuaria.blogspot.com

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19 de agosto de 2012

Comunidades tradicionais – Nossas jornadas: Comunidades Indígenas


Familia indigena Guarani

A Cúpula dos Povos (RIO +20) foi o momento simbólico de um novo ciclo na trajetória de lutas globais que produz novas convergências entre movimentos de povos e comunidades tradicionais de todo o mundo, dentre esses o encontro de autênticos indígenas e, lá estavam varias etnias. Em nossas andanças pela cúpula, tentamos estabelecer algum tipo de contato para saber de que nações pertenciam. Mas não foi possível, tendo em vista, que eram arredios e o que era possível no máximo, em breves contatos, era o interesse comercial, ai sim, não havia barreira linguística. É certo que lá estavam não apenas para vender seus objetos artesanais; que aliás eram belíssimos, mas para mostrar os seus valores culturais.

Nesse encontro, fez-nos relembrar a bela recepção que um seguimento desse povo nos ofereceu no final de 2009.

Tivemos a oportunidade de visitar a aldeia Indígena Guarani-Sapukai na localidade de Bracuí no Município de Angra dos Reis. Na época tínhamos a missão de entrevistar 80 famílias de Índios Guaranis. As dificuldades de comunicação, acesso e localização dos habitantes dentro da aldeia, foram superadas, diante do apoio de guias indígenas tradutores da região, no que foi de grande valia para o nosso trabalho designado e patrocinado por uma cooperativa de agricultores do Rio de Janeiro.
Durante três dias de interação, conseguimos realizar pelo menos 80 % do nosso trabalho. A demanda era de 400 indivíduos para contar naquela comunidade, no entanto, nos pareceu um numeral maior, diante da confusa tradução de nossos guias que usavam o seu dialeto na comunicação, comparados a nossa visão do aglomerado, pois não tínhamos o número exato de membros de cada família e era impossível contar diante do comportamento dispersivo e receio de contato (por parte de alguns deles) com a nossa equipe. Conseguimos localizar 55 famílias.
Usamos nosso comparativo com os da Secretaria de Ação Social do Município de Angra dos Reis, que com parceria com a FUNAI realizou o cadastramento para o Programa do Bolsa Família. A Aldeia Indígena Sapukai contava com 450 indivíduos, onde se afirmava serem 62 famílias que recebiam tal benefício, no que entrava em choque com os nossos dados preliminares, pois algumas famílias afirmavam não receber tal beneficio, por falta de documentos ou burocracia dos órgãos que atuam nessa ação. Outro dado é, que nem todas as mulheres tinham CPF.
Além desses informes, constatamos também um alto número de separação (divórcios) entre famílias constituídas, principalmente de jovens casais ou da integração de uma família a outra, donde se confundiam o real quantitativo de adultos habitantes da aldeia. Outra demanda, era o numérico maior de crianças, em relação aos informados, no que reforça as dúvidas de nossa equipe que trabalhou nessa tarefa, suspeitando que a totalidade ultrapasse de 500 indivíduos em 75 famílias.
Eram satisfatórias as ações daquela comunidade indígena, que preservam suas raízes históricas e cultua a preservação do local, principalmente por contar com um telecentro; posto de saúde; uma escola (Colégio Estadual Guarani Karai Kuery Renda) integrada com a comunidade, com conteúdos que leva em conta as características próprias; um pequeno comércio que atende os seus moradores; água de nascentes tratada de forma adequada, além de luz elétrica, através do programa Luz para Todos do Governo Federal, no que aparentemente facilita a qualidade de vida dos Guaranis da região, e isso visível.
A Aldeia Guarani do Sapukai-Bracuí dista 18 km das cidades de interesses (Parati-Angra dos Reis), tem acompanhamento permanente da FUNAI e FUNASA, conta com várias ações de interesses sociais, além de outros anseios para comunidade, como a melhoria das estruturas para receber visitantes, capacitação as jovens e mulheres que fazem o artesanato, ensinamentos das danças típicas como Sondaro (ou Xondaro) e o Tangará, também para os jovens.

A aldeia conta ainda com o apoio de uma ONG composta de profissionais de diferentes áreas de atuação - pedagogia, ciências sociais, história, movimentos sociais, artes e cultura, além de outras parcerias institucionais, tais como: MEC, SEE-RJ, Secretarias Municipais de Educação de Angra dos Reis e de Parati, UERJ, UFF, UFRJ, indigenistas e especialistas nas questões indígenas, dentre outras.
Os indígenas do Bracuí no município de Angra dos Reis são remanescentes e naturais de diversos Estados, como Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Espírito Santo. Não há diversidade religiosa no grupo aldeão, mantendo o Opy Reguá, como única religião de suas culturas.
O perfil de seus moradores é único, não há diversidade ou mistura racial de constituição familiar, mesmo com naturalidades distintas de seus moradores, não neutralizando propostas de ações de iniciativas culturais e socioeconômica especifica para comunidades tradicionais, mantêm suas raízes de natureza cultural, de remanescência e de "grau de consanguinidade". Embora cada nação indígena possua sua própria cultura com hábitos e costumes próprios, existem alguns constumes que são comuns a praticamente todos os povos indígenas brasileiros. Os indígenas da aldeia Sapukaí-Bracuí proporciou em nós, uma visão respeitosa. Um povo alegre e hospitaleiro, que lamentavelmente os livros do passado e do presente não registram as formas reais de vida do povo Guarani.

Vejam os vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=As0iKJ1IlBg&feature=g-upl






6 de agosto de 2012

Comunidades tradicionais - Cultura caiçara – Vila Trindade (Final)

Vila de trindade - fotos de 2009


Praia em Trindade com vários comécios na faixa da areia

Em nossas andanças pela antiga vila de pescadores em 2009, pudemos notar serviços públicos: uma Escola Municipal; uma casa que se diziam ser um Posto de Saúde; Transporte (uma linha de ônibus); coleta de lixo; instalação de uma empresa de telefonia, um cemitério (dentro de área de preservação ambiental); fornecimento de energia elétrica; grande número de pequenos estabelecimentos comerciais; e surpreendentemente, 51 pousadas, algumas delas, avançam, impedem ou deixam estreitos corredores de acesso às praias.
Não localizamos farmácias, posto policial, salva-vidas da Defesa Civil nas praias da região ou serviços de correios, não há endereçamentos postais, seus logradouros não são denominados. O quantitativo populacional é duvidoso, dizem ser de 800 pessoas no total, no entanto, diante das constituições familiares de remanescentes de caiçaras, além dos moradores que exploram o comércio, parece ser maior. Não se sabe a real demografia, inclusive do quantitativo de remanescentes de caiçaras.

Há uma entidade de barqueiros e pescadores na Vila de Trindade, com um minúsculo, precário e mal localizado entreposto para comercialização do pescado. As pequenas embarcações de alumínio não têm ancoradouros próprios e são espalhadas por vários pontos das praias existentes. Essas mesmas embarcações são utilizadas para passeios turísticos.

Dizem haver antigos conflitos entre caiçaras com grupos que alegam serem os donos de algumas áreas, com seus “empreendimentos imobiliários”. Quando se fala sobre os títulos da terra e o pagamento de Laudêmio, desconversam ou afirmavam não saber o significado de tal tributo.

Cemitério de Trindade  - área de preservação ambiental

A estimulação de visitantes em cada temporada merece cuidados, tanto de moradores que oferecem os serviços, como do Poder Público, pois diante pudemos observar e apurar em conversas informais, a Vila de Trindade não tem saneamento básico nas residências e nos estabelecimentos comerciais, são providos de fossas ou sumidouros para dejetos e outros despejos, e isso é muito preocupante, pois, a vila conta ainda, além das pousadas, com cinco irregulares áreas de camping.
Independente dos conflitos para se reconhecer a cultura local, aumento demográfico, irregular estrutura de serviços públicos, sem entrar no mérito de questões e metas de preservação de ecossistemas naturais e direcionamento das ações de órgãos de Unidades de Conservação, o Caiçara ainda está presente naquela região, mas gradativamente, perdendo a sua cultura e isso, precisa ser respeitado, pois estamos diante de uma das mais belas comunidades que fazem parte da história do nosso País.

A cultura caiçara precisa ser preservada e respeitada, principalmente, na melhoria da qualidade de vida, pois aquela comunidade está inclusa em uma cidade que possui referencia de patrimônio cultural, como é Paraty no Rio de Janeiro, e que tem conflitos de preservação ambiental, falta de saneamento e explosão demográfica, no entanto, tem seu titulo de Patrimônio Cultural do Brasil.

Invasão de construção em área ambiental

Posto de Saúde de Trindade


Antena de empresa de telefonia


Entreposto de venda de pescado
 
Invasão de quiosques em praias